domingo, 9 de dezembro de 2007

"Longa viagem da biblioteca dos reis"


Amigos livreiros, bibliotecários e outros bibliófilos vejam este livro que saiu agora pela Assírio.O tema é dos mais interessantes, a pesquisa das mais sérias, e a sua leitura acessível a todos.

Agora não façam como eu que dei 31,50 euros pelo livro e descobri a seguir que só custa 18,90 euros no site Webbom! Aliás, será que alguém é capaz de me explicar esta diferença de preço?

Mas refreando a minha indignação contra os preços praticados pela Assírio e Alvim aqui vai a sinopse da obra.
"Longa viagem da biblioteca dos reis. Do terremoto de Lisboa à independência do Brasil" de Lilia Moritz Schwartcz. 31,50 euros no site da editora mas apenas por 18,90 euros na Webbom (!)


"Primeiro de novembro de 1755, dia de Todos os Santos. A população de Lisboa se aprontava para viver mais um pacato dia de feriado, sem imaginar o mal que vinha da terra. Em poucas horas, um terremoto devastador, seguido de incêndio e maremoto, destruiria a capital do Império e, junto com ela, a célebre Real Biblioteca.É a partir desse episódio que começa A longa viagem da biblioteca dos reis, que percorre eventos cruciais da história brasileira, sempre através dos livros. A narrativa acompanha a reconstrução do acervo da biblioteca nas mãos do marquês de Pombal; os tempos incertos de d. Maria I; o angustiante momento da fuga da família real — que atravessava o Atlântico pela primeira vez — e as vicissitudes de sua nova vida nos trópicos, até chegar ao processo de independência brasileiro, quando se pagou, e muito, pela Real Biblioteca.Os livros, porém, permitem mais: são símbolos de poder e de prestígio, carregam dons e possibilitam viajar no tempo e no espaço. Ao evadir-se de Portugal, d. João não se esqueceu dos livros — que vieram em três viagens sucessivas —, assim como d. Pedro I não abriu mão das obras e do lustro que elas garantiam: nada como iniciar uma história autónoma com uma Biblioteca Nacional daquele porte para assegurar um passado e conferir erudição a um país recém-emancipado ."

sábado, 8 de dezembro de 2007

Protótipos

Um senhor desejando escrever uma autobiografia pediu-me um protótipo para que ele se pudesse inspirar nele. Vou já ao meu "Manual do Perfeito Livreiro" ver se há alguma resposta séria para isto.
Estava eu divertida a ouvir uma conversa sobre livros entre dois jovens com os seus quinze anos- e a arrumar uns livros numa prateleira, claro- quando um deles afirma que o livro que mais gostou do Pessoa foi o Memorial do Convento! Bati com a cabeça na dita cuja prateleira ao levantar-me, e praguejei. O livreiro é cusco e gozão, não o censurem por favor, ele é castigado todos os dias pelos móvéis que o rodeiam.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Harry Potter e afins

Pois...
entusiasmada com a ideia de partilhar com quisesse esta minha modesta vida de livreiro ultrapassei algumas barreiras tecnológicas, e iniciei este blog.
Não escolhi bem o momento, definitivamente.
Apesar de ser uma altura do ano rica em acontecimentos de todo o género numa livraria, é antes de mais uma época de grande azáfama.
O ritmo de trabalho fica de tal modo acelerado, que um livreiro digno dessa profissão, quando chega a casa estatela-se no sofá - ou no chão logo à entrada de casa consoante os dias- e transforma-se numa espécie de morto-vivo, incapaz de proferir uma palavra se quer, sem se babar e espumar.
Tirando a parte mais exagerada da descrição, tem sido impossível arranjar energia para chegar ao teclado do computador, até porque correria o risco de sofrer um curto-circuito!
E hoje é a noite de lançamento do Harry Potter em português...
Ô vida a minha!

domingo, 4 de novembro de 2007

Está tudo iluminado, Joanathan Safran Foer


Passei grande parte da tarde a massacrar os meus queridos colegas, a perseguí-los pela livraria, de livro na mão, a tentar partilhar com eles a minha mais recente descoberta literária, com a qual fiquei literalmente iluminada. (hum, estarei a parecer-vos um pouco desequilibrada ou fora de mim?)
Eles, e até alguns dos nossos queridos clientes, provavelmente exaustos com tamanha insistência, acederam ao meu pedido e assim prometeram ler o livro.


Acho justo portanto que alguns leitores cibernáuticos, mesmo que acidentais, tenham a sorte de partilhar a minha admiração por este jovem Escritor
Sinopse:

"Romance de estreia de Jonathan Safran Foer, "Está Tudo Iluminado"(galardoado com o The Guardian First Book Award, entre outros prémios) é uma obra surpreendente, exuberante e cheia de sabedoria, que nos faz rir até às lágrimas e nos comove profundamente.Com uma velha fotografia na mão, um jovem americano visita a Ucrânia dos nossos dias em busca da mulher que pensa ter resgatado o seu avô dos nazis. Acompanhado por um tradutor incompetente, um velho perseguido pelas recordações da guerra e uma cadela rafeira, é conduzido de forma quixotesca através de um país devastado e arrastado para um passado estranho e surpreendente."


Só mais uma coisa, recomendo desde já o último romance dele, traduzido por estas bandas pela Quetzal, desta vez com a capa da edição original, mais feliz na minha humilde opinião.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

As novas tecnologias têem destas coisas...

http://gallica2.bn.fr/
Um link para uma biblioteca numérica... para mim é como se fosse magia!
Espreitem, desfrutem, deliciem-se!

domingo, 28 de outubro de 2007

Miguel Sousa Tavares

Deveria ser proibida a apresentação de uma novidade de grande envergadura na impressa ou qualquer outro meio de comunicação social, antes de o livro estar devidamente distribuído pelo circuito comercial.
Proibida a data de comercialização de um livro calhar a uma 2ª feira !
Passamos assim um fim de semana inteirinho a responder a centenas de leitores ávidos que "Não, ainda não recebemos o M.S.T", "Ainda só foi apresentado para a comunicação social", "Só está disponível a partir de 2ª feira... pois terá de esperar até ao próximo fim de semana, eu sei"...

E derivamos para respostas do género "Lançamento? Foi só para os amigos do costume!Sabe como é, o mexilhão..."

Só falta um dia, pfff.

À vezes o dia começa assim

Nevoeiro denso, as luzes eléctricas agridem as minhas pupilas, os clientes não passam de vultos coloridos... esqueci-me dos óculos em casa.
O dia vai ser longo.

O trabalho de livreiro/a (caixeiro para o estado)

Gostar de livros, arrumar livros todo o santo dia, gostar de pessoas, adaptar-se a elas, utilizar regras de marketing, e esquece-las, saber de contabilidade, saber de informática, ler muito, ver catálogos...Gostar de livros.
Tem de se gostar muito deste universo com as suas infinitas particularidades para trabalhar neste ramo.
Sim, eu gosto, imensamente!